Fiz Água para Lavar teu Rosto

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Sinopse

Três irmãs abandonadas pelos pais ainda crianças, três atitudes diferentes diante da vida. A peça flagra o último dia de vida da irmã mais velha que desde a morte dos pais decidiu confinar-se em sua casa. Só nesse dia, consciente do seu fim, decide sair para o mundo. Ela conversa com sua “irmã do meio”, já morta, e com sua irmã mais nova, que é o seu oposto na sede de experimentar a vida.

“Quieta: Ele me chegou num surto da luz do sol. Cruzou aquela esquina como quem cruza o começo do fim do mundo. Quando eu o vi soube de pronto: era o amor vestido com carne humana e forma de anjo que vinha até meus pés. E qualquer uma de nós perante essa aproximação desabotoaria as vestes e abriria os braços. Eu não.

Eu desabotoei minhas costelas, separei meu sangue bom e cuspi o ruim, os cabelos eu reordenei para que não cobrissem nada do meu rosto. Suspendi até a respiração porque, meninas, não se precisa nem dissso quando o animal que vai nos roer surge de súbito no nosso palmo de chão.”

- Eduardo Ruiz, trecho de “Fiz água para lavar teu rosto”

Ficha técnica

Texto: Eduardo Ruiz
Direção: Melani Halpern
Elenco: Adriana Fortes, Junia Bush e Rosana Martinelli
Trilha sonora: Renata Mattar
Cenário e figurinos: Rosana Martinelli
Iluminação: Fernando Florence
Programação Visual: Antonio Kehl
Fotos: Kiyoe Iizuka
Produção: Adriana Fortes
Assessoria de Imprensa: Marcia Marques/Canal Aberto

Temporada

Centro Cultural São Paulo, fevereiro de 2001

A Linguagem Cênica

A direção propôs trazer um tom coloquial para a poesia e encarná-la numa corporalidade intensa. O jogo entre as atrizes foi criado de modo a explicitar os ímpetos de atração e repulsa, a partir de conexões invisíveis dos corpos, fazendo contraponto entre a coloquialidade da fala e um gestual extra cotidiano nas personagens.

“As atrizes Rosana Martinelli, Adriana Benetti Fortes e Júnia Busch interpretam três irmãs em Fiz Água para Lavar Teu Rosto, texto do dramaturgo Eduardo Ruiz, autor de Ophélias. Numa época em que o medo de afugentar o público provoca uma avalanche de comédias, louve-se a ousadia das três atrizes que optaram por levar à cena uma fábula trágica. (…) A peça explora temas como o medo da morte, a dor da perda e os desajustes das relações humanas.”

- Crítica do Estadão, clique aqui para ler a crítica completa

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